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Opinião

23/03/2021

O Outono chegou, e agora?

Eng. –Agr.; Dr. Mauro Antônio Rizzardi Professor da Universidade de Passo Fundo, RS

A chegada de uma nova estação significa, além das mudanças na temperatura e na duração dos dias, alterações no nosso comportamento e nas nossas atitudes. No caso da agricultura do sul do Brasil, a chegada do outono coincide com o momento da colheita da soja e o estabelecimento de um novo cultivo.

A chegada de uma nova estação significa, além das mudanças na temperatura e na duração dos dias, alterações no nosso comportamento e nas nossas atitudes. No caso da agricultura do sul do Brasil, a chegada do outono coincide com o momento da colheita da soja e o estabelecimento de um novo cultivo.


O outono é uma excelente oportunidade para corrigir falhas no controle de plantas daninhas não controladas ou que emergiram tardiamente dentro da cultura da soja. O pós-colheita da soja permite usar estratégias químicas com herbicidas não seletivos, que controlam as principais espécies daninhas de difícil controle, como Capim-Amargoso; Capim-rabo-de-burro e Trapoeraba, entre outras. Além disso, permite o uso de herbicidas com residual mais longo no solo.

No pós-colheita da soja as espécies gramíneas perenes, como Capim-Amargoso e Capim-rabo-de-burro, encontram-se cortadas com a colhedora, o que faz com que as elas retomem o seu crescimento.  Com o rebrote haverá maior gasto de energia a partir das reservas existentes nos pontos de crescimento e nas estruturas subterrâneas da planta. O novo tecido foliar formado terá menor densidade de folhas e cutícula menos espessa, com menor quantidade de ceras presentes na sua constituição. Essa condição de retomada do crescimento melhora a absorção do herbicida e aumenta o grau de controle dessas espécies daninhas.

Espécies como Trapoeraba e Poaia, entre outras, são espécies que muitas vezes sobrevivem quase que ilesas ao dano da colhedora, pois são espécies com desenvolvimento mais rente ao solo. Essas plantas já adultas seriam de difícil controle quando convivendo com uma cultura. Na ausência da cultura pode-se fazer combinações de herbicidas não seletivos, em aplicação única ou em sequência, associando herbicidas com diferentes mecanismos de ação,  que não poderiam ser aplicados caso houvesse a cultura na área.

Nas áreas de soja colhidas com a presença de elevada quantidade de Buva, ocorre o corte das plantas e a disseminação das sementes no solo. Uma parcela das plantas cortadas rebrotará e emitirá uma nova parte aérea, que poderá ser de difícil controle, se o mesmo não for efetuado logo no início da emissão da nova parte aérea. Esse controle deverá ser feito antes do estabelecimento de qualquer cultura de interesse econômico, cultura de cobertura ou mesmo pastagens.

O outono também oportuniza atuar sobre o banco de sementes de plantas daninhas presentes no solo. Essas sementes armazenadas ainda encontram condições favoráveis para a sua germinação e emergência antes do estabelecimento das culturas de inverno. Sendo assim, o uso de herbicidas com ação pré-emergente pode ser uma alternativa importante na redução desse reservatório de sementes, diminuindo o fluxo de emergência ao longo do ano. Essa estratégia será aliada importante na diminuição de plantas de Azevém e de Buva dentro do trigo e demais culturas de inverno semeadas, inclusive quando do uso de culturas de cobertura isoladas ou em misturas.

Por fim, o manejo de plantas daninhas após a colheita da soja, conhecido como Manejo Outonal, possibilitará a limpeza das plantas presentes na área e a redução nos novos fluxos de emergência. Esse manejo impactará diretamente na redução da quantidade de plantas daninhas na pré-semeadura da soja, a ser realizada na primavera/verão.
 

Mauro Antônio Rizzardi é Engenheiro Agrônomo pela Universidade de Passo Fundo , mestre e doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é professor titular da Universidade de Passo Fundo. 

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