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Opinião

06/07/2020

Plantas daninhas na Aveia. O que fazer?

Eng. –Agr. Dr. Mauro Antônio Rizzardi Professor da Universidade de Passo Fundo, RS

Entre as alternativas de culturas de inverno, a Aveia é uma das mais importantes, onde se destacam a Aveia-preta (Avena strigosa), utilizada para a produção de grãos, pastagem e cobertura do solo, e a Aveia-branca (Avena sativa) utilizada para produzir grãos destinados à alimentação humana e animal.

A área estimada de cultivo com Aveias é entorno de 380.000 ha de Aveia- branca e de mais de 1 milhão de hectares de Aveia-preta, se computadas as áreas destinadas à pastagem e cobertura do solo.

Apesar da importância das Aveias para o sistema produtivo do Sul do Brasil são escassas as alternativas químicas para o controle seletivo das plantas daninhas que ocorrem nesta cultura. Para Aveia-branca, os herbicidas registrados são o 2,4-D; metsulfuron-metílico e o MCPA. Para Aveia-preta, somente o metsulfuron possui registro para uso na cultura.

Em um primeiro momento a elevada sensibilidade das Aveias aos herbicidas inibidores da ACCase e inibidores da ALS, como Iodosulfuron-metílico e piroxsulam, explicam o numero restrito de herbicidas registrados. Porém, a importância relativa das Aveias desperta pouco interesse no registro de produtos seletivos para serem utilizados na cultura.

Existem resultados de pesquisas que indicam que herbicidas como bentazona; dicamba; picloram; saflufenacil e s-metolacloro possuem graus de seletividade variáveis, dependente de dose, e que poderiam ser utilizados no controle de plantas daninhas nas Aveias, caso houvesse o registro para tal.

Na época de cultivo da Aveia as principais espécies daninhas eudicotiledôneas são o Nabo/Nabiça (Raphanus raphanistrum e R. sativus); Buva (Conyza spp); Língua-de-vaca (Rumex spp.); Cipó-de-veado-de-inverno (Polygonum convolvulus); Flor-roxa (Echium plantagineum); Erva-salsa (Bowlesia incana); Silene (Sillene galica); Serralha (Sonchus oleraceus); Gorga (Spergula arvensis) e Esparguta (Stellaria media).

O uso do metsulfurom e dos herbicidas auxinicos (2,4-D e MCPA), isolados ou em associação, são ferramentas eficazes no controle da maioria das espécies de folhas largas que ocorrem associadas à cultura, desde que aplicados nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta daninha e no perfilhamento da cultura. Espécies como Cipó-de-veado possuem maior dificuldade de controle, onde muitas vezes o produtor usa herbicidas não registrados, como picloram em doses inferiores a 200 ml ha -1.

Para essas espécies eudicotiledôneas é importante ficar atento à existência de biótipos de Nabo/Nabiça e de Flor-roxa resistentes aos herbicidas inibidores da ALS, como metsulfuron-metílico. Na presença de plantas resistentes as alternativas serestringem ao 2,4-D e MCPA

Além das espécies daninhas de folhas largas, a Aveia está sujeita às infestações de espécies da mesma família Poaceae (gramineas) como Azevém e Cevadilha (Bromus catharticus). Para essas espécies não existem, até o momento, alternativas químicas de controle seletivo dentro da cultura.

As alternativas existentes se restringem as tentativas de uso de herbicidas pré-emergentes para diminuir o fluxo de emergência das plantas daninhas e, ao uso de culturas de coberturas, como o nabo e o sorgo, cultivados no outono, antecedendo a semeadura da Aveia-branca. Outra opção, mas ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento, é a seleção de cultivares de Aveia-branca tolerantes aos herbicidas inibidores da ACCase.

Mauro Antônio Rizzardi é Engenheiro Agrônomo pela Universidade de Passo Fundo , mestre e doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é professor titular da Universidade de Passo Fundo. 

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