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Opinião

10/08/2020

Resistência de plantas daninhas: Por quê ser pró-ativo?

Eng. –Agr. Dr. Mauro Antônio Rizzardi Professor da Universidade de Passo Fundo, RS

A proatividade é o “comportameno de antecipação e de responsabilização pelas próprias escolhas e ações frente às situações impostas pelo meio”. Ser pró-ativo é tentar evitar ou resolver um problema antes mesmo que ele aconteça.

Esses conceitos estão muito associados à forma de enxergar e enfrentar os problemas surgidos no dia a dia. Na agricultura não é diferente. Na maioria das vezes somos reativos, ou seja, esperamos que o problema apareça para somente após tomar alguma atitude.

No momento de se manejar as plantas daninhas ou enfrentar a resistência aos herbicidas espera-se primeiro os problemas aparecerem para, posteriormente enfrentá-los. Porém o melhor a ser feito talvez seja o planejamento e execução de praticas de manejo integrado para se conseguir evitar ou atrasar o surgimento de situações negativas ou o prejuízo na produtividade da lavoura.

O custo do controle da resistência é muito superior da sua prevenção. Estudos indicam que dependendo da espécie daninha resistente presente na área, os custos podem mais do que triplicar. Sendo assim, a proatividade é fundamental para que tal situação não ocorra.

No manejo de plantas daninhas pró-ativo é fundamental criar um ambiente de diversidade, com a adoção de práticas de manejo distintas, integradas e alternadas. Essas práticas incluem estratégias preventivas; culturais; mecânicas e químicas.

Ser pró-ativo é atuar preventivamente na introdução e depósito de sementes na área. Como? Não deixando a planta daninha produzir sementes; utilizando sementes da cultura livres de impurezas; limpando as colhedoras e equipamentos; controlando as plantas daninhas nas áreas marginais da lavoura e beira de estradas. 

Ser pró-ativo é estabelecer um adequado sistema de rotação de culturas, que inclua culturas de interesse econômico e espécies para cobertura do solo. Essa prática permite criar um ambiente diversificado de culturas; épocas de semeadura; práticas de manejo e estratégias químicas de controle. Além disso, diferentes culturas fornecem cobertura do solo com palha de características e quantidades distintas que influenciam negativamente na dinâmica das plantas daninhas na área. Esse efeito se dá tanto pelo sombreamento quanto pela liberação de exsudatos químicos das plantas ao solo.

Ser pró-ativo é realizar o uso correto dos herbicidas. Utilizar a dose indicada na bula pelo fabricante; aplicar nos estádios de maior sensibilidade da planta daninha e com a adequada tecnologia de aplicação. A adoção destas práticas aumenta a chance de o herbicida atingir o alvo e controlar de forma eficiente as plantas daninhas, reduzindo as chances das mesmas rebrotarem e sobreviverem.

Ser pró-ativo é não apostar somente no controle químico como estratégia de controle. É fundamental adotar práticas culturais ou mecânicas na área. Lembre-se que implementar práticas adequadas na semeadura, como uniformidade na distribuição de plantas, associada ao espaçamento e população adequadas da cultura reduzirão em muito a emergência de plantas daninhas. Da mesma forma, o arranquio ou capina mecânica de eventuais escapes de plantas daninhas devem ser realizados.

Ser pró-ativo é não repetir ingrediente ativo, herbicidas do mesmo grupo químico ou mecanismo de ação. A rotação de mecanismos de ação diminui a pressão de seleção sobre as plantas daninhas, reduzindo a velocidade no surgimento de genótipos resistentes. Neste aspecto, o planejamento do uso dos herbicidas deve ser feito levando em consideração o sistema de produção e de culturas usado na área e não só alternando mecanismos dentro de um cultivo apenas.

Ser pró- ativo é associar ingredientes ativos, com diferentes grupos químicos ou mecanismos de ação. Essas associações de herbicidas permitem atuar em mais de um local de ação na planta, aumentando o controle e evitando a seleção da resistência.
Por fim, ser pró-ativo é realizar as Boas Práticas Agrícolas... 

 

Mauro Antônio Rizzardi é Engenheiro Agrônomo pela Universidade de Passo Fundo , mestre e doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é professor titular da Universidade de Passo Fundo. 

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